Desde que as psicoterapias começaram a ser utilizadas em maior escala, a efetividade dos seus benefícios passou a ser avaliados com maior rigor a fim de mensurarem quais os resultados inerentes a essa prática. As respostas a tal questionamento são de toda ordem e cada vez mais 
complexas, visto que as teorias e práticas psicoterápicas vêm passando por grandes 
mudanças, especialmente quanto à flexibilização das técnicas e ao manejo das ações interventivas – 
existe atualmente mais de 400 modelos distintos de psicoterapia (KARASU, 1977) - que tem como 
objetivo principal a redução do sofrimento psicológico e a melhoria da qualidade de vida e 
bem-estar dos sujeitos que aderem ao procedimento. Até agora centenas de estudos já foram realizados, incluindo as abordagens psicodinâmicas, enomenológicas-existências, comportamentalistas, 
entre outras. Existe de fato alguma possibilidade de o psicoterapeuta modificar padrões desadaptados de 
comportamento em seus pacientes? Os resultados tanto qualitativos bem como quantitativos revelaram
que 75% das pessoas que se comprometem com o “tratamento” apresentam algum benefício, seja em 
função do vínculo afetivo criado com o terapeuta, seja pela técnica per si. O terapeuta de orientação psicodinâmica – 
Dewald – buscou ampliar a visão dos agentes de mudança concernentes ao processo psicoterápico. 
Para ele, um conjunto de experiências e mecanismos proporcionados pela relação terapêutica 
alimenta novas aprendizagens. O apoio oferecido pelo profissional é fator inerente a uma boa relação 
terapêutica. A aceitação do paciente tal qual ele se mostra é considerada ingrediente sine qua non para 
o sucesso de qualquer forma de terapia. O mero fato de se sentir aceito por um terapeuta em que ele
deposita confiança e do qual ele tem expectativas de que possa ajudá-lo, por si só, é suficiente para 
alterar o estado de ânimo e modificar as expectativas de futuro do cliente. 
Não sei, não sei. Não devia de estar relembrando isto, contando assim o sombrio das coisas. Lenga-lenga! Não devia 
de. O senhor é de fora, meu amigo, mas meu estranho. Mas, talvez por isto mesmo. Falar com o 
estranho assim, que bem ouve e logo longe se vai embora, é um segundo proveito: faz do jeito que eu 
falasse mais mesmo comigo. (GUIMARÃES ROSA – Grande Sertão Veredas, 1956). 
De acordo com o Ph.D Michael Lambert da Brigham Young University, em seu estudo sobre 
psicoterapia/psicofármacos, considerou que “os efeitos da psicoterapia são mais poderosos do que 
sistema de apoio informal e de controle de placebos”. De acordo com a pesquisa realizada por 
ele, pacientes que entram em psicoterapia têm resultados muito melhores do que pacientes 
randomizados por placebo, ou ainda em comparação com grupo de pacientes ajudados pela informalidade 
familiar ou de amigos. Desse modo, a psicoterapia pode ser considerada substancial, posto que 
pacientes que realizam psicoterapia demonstram otimizar várias áreas de suas vidas, entre elas, as
relações interpessoais, profissionais e afetivas, além dos efeitos do procedimento demonstrar tendência à 
manutenção desses comportamentos adquiridos. Com efeito, os psicólogos podem ficar 
orgulhosos com o resultado dessas pesquisas, posto que os inúmeros estudos tornem evidente que a psicoterapia é eficiente e duradoura. Em assim sendo, “a psicoterapia tem um futuro promissor como um tratamento de escolha para transtornos de base psicológica, reduzindo sofrimento e retornando o paciente aos níveis de funcionamento 
característico de seus pares não-transtornados. Além disso, tratamentos psicológicos podem compensar 
os custos de serviços médicos, pela redução de duração de estadias hospitalares e de despesas
relacionadas, para pacientes que têm transtornos 
orgânicos”.

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